Diariamente nos deparamos com inúmeras postagens sobre alternativas existentes para o desenvolvimento de agricultura mais sustentável, com mais respeito ao meio ambiente, a saúde dos produtores e consumidores. Dentro deste contexto procurei aprofundar um pouco mais esse tema no intuito de levar a informação de forma mais compreensível ao leitor.
Sabemos que a agricultura Moderna, centradas nos modelos de produção, quer seja ela, intensiva ou extensiva e que se sustentam da incorporação constante de tecnologias e de pesquisas científicas, continuam atuais e tendem a evoluir numa velocidade cada vez maior, à medida que diferentes inovações tecnológicas vão sendo disponibilizadas e incorporadas pelos produtores rurais. O uso dessas tecnologias protegem os cultivos, aumentam a produtividade e poupam tempo de tarefas e, sobretudo, o enorme esforço físico dos produtores e trabalhadores rurais na lida diária de campo.
Esse modelo eficiente de produção que usa ferramentas da agricultura digital e de precisão alicerçadas pelo uso de agroquímicos é a forma encontrada de suprir a demanda crescente por produção de alimentos e energia necessária para alimentar milhões de pessoas ao redor do mundo.
Por outro lado, mesmo sabendo que 75% dos alimentos produzidos no mundo são gerados a partir de 12 espécies de plantas e cinco espécies de animais, essa agricultura moderna, tecnificada e tecnológica também traz riscos e fortes impactos ao meio ambiente em razão do manejo e das práticas agrícolas adotadas as quais contribuem com a degradação do solo, a poluição das águas, a alteração de habitats naturais de diversas espécies animais e até com mudanças climáticas globais graves.
Por essas e outras razões vem se observando um movimento crescente e contínuo pela adoção de modelos de agriculturas ditas alternativas que possibilitam cultivar a terra com um olhar mais focado no melhor aproveitamento dos recursos naturais renováveis, na conservação dos recursos não renováveis, na minimização da dependência de energias não renováveis, além da não utilização de fertilizantes de alta solubilidade, defensivos agrícolas, antibióticos, hormônios, aditivos artificiais, organismos geneticamente modificados, radiações ionizantes entre outros.
Dentre as alternativas de produção com forte enfoque na sustentabilidade da atividade agricola temos a:
- agricultura biodinâmica, que embora fundamentada nos mesmos princípios e técnicas da agricultura orgânica, a biodinâmica apresenta peculiaridades, tais como: as questões espirituais ligadas à antroposofia; o uso de preparados biodinâmicos; os calendários astrológicos; os testes de cristalização sensitiva e cromatografia de solos e de plantas e o equilíbrio e harmonia entre cinco elementos básicos: terra, plantas, animais, influências cósmicas e o homem
- agricultura natural ou orgânico, que tem como princípio o respeito às leis da natureza. As práticas agrícolas mais recomendadas são: rotação de culturas, uso de adubos verdes, compostagem e cobertura morta sobre o solo.
- permacultura, que é um sistema de agricultura alternativa desenvolvido, cujo principal princípio é o cultivo alternado de gramíneas e leguminosas, e a manutenção de matéria orgânica como cobertura permanente do solo.
- agricultura biológica, cujas particularidades são a compostagem na superfície do solo e o teste microbiológico para avaliação da fertilidade do solo
- agricultura ecológica, que procura um maior equilíbrio com o meio ambiente, buscando modelos agrícolas mais integrados e o manejo dos solos mais racional. É menos restritiva com relação ao uso de insumos do que a agricultura orgânica e a agricultura biodinâmica
- sistemas agroflorestais são sistemas agrícolas integrados que combinam árvores com cultivos agrícolas ou pastagens em uma mesma área. É a integração de árvores, arbustos e cultivos agrícolas ou pastagens em um mesmo espaço, de forma a criar um ecossistema mais diverso e produtivo com foco na melhoria da produtividade agrícola, na conservação do solo e da água, na mitigação das mudanças climáticas e na proteção da biodiversidade.
Em comum, todas as correntes apresentam forte preocupação com os destinos inseparáveis do homem e do meio ambiente, com cultivos mais sustentáveis e com relações de trabalho e comercialização mais justas. É essa a solução que a agroecologia busca oferecer ao Planeta.
Osmar Volpato
