Muita gente já tentou definir o que é
o amor. Uns dizem que o amor é uma questão de química, outros dizem que é pura
matemática, há os que atribuem o amor a uma atração física, mas têm aqueles
falam que tudo isso é pura história. Tirando os que tentam defini-lo, existem
os que o vivenciam. Estes não sabem bem o que é, de onde vem e para onde
vai, mas se entregam de corpo e alma, uns mais de corpo outros mais de alma.
O amor se assemelha aos bichos, deve
ser alimentado. Sem o alimento, feito bicho, ele enfraquece, adoece e morre.
Mas do que se alimenta o amor? O amor se alimenta de gestos, de palavras doces,
solicitudes, de pequenos bichos, desenhos, rabiscos, sexo, cartas, bilhetes e
outras guloseimas.
O amor é que nem imposto de renda,
precisa ser declarado. Contudo, não carece de registros em cartório, negativas
de multa, testemunhas, e firma registrada. No amor vale o fio do bigode, a
palavra empenhada, um sorriso, uma flor dobrada no meio do caderno, um olhar e
um comprometimento eterno.
Por amor se faz muitas coisas que até
Deus (o pai do amor) duvida: dietas, poemas, promessas, músicas, caminhadas,
bebedeiras, tatuagem e até horóscopo,
Mas neste mundo tudo o que é bom tem
o seu lado inverso, o amor não foge a regra. É grande a legião de pessoas que
sofrem desse mau, o mau de amor. Basta não ser correspondido e pronto, vira
doença incurável, daquelas que sentencia o paciente à morte, morte lenta,
penosa e ao mesmo tempo doce. Que o diga Camões:
“Amor é fogo que arde sem se ver; É
ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina
sem doer;”
O amor é inexplicável, misterioso e
fundamental. Sem ele a vida não seria vida, o vinho talvez fosse vinagre, dia
não teria luz e a noite seria apenas o breu sem estrelas, sem lua e sem poesia,
sem nada e Paulo certamente não escreveria aos coríntios: “Ainda que eu falasse
as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que
soa ou como o sino que tine”.
Enfim, todo mundo na vida deve andar
de bicicleta, tomar um pileque e ter um amor.
Eu sou um felizardo. Já andei de
bicicleta, tomei alguns pileques e encontrei um amor. Ela é uma flor que eu não
me canso de admirar. É linda e possui o olhar de quem quer o mundo sem nada
pedir, de quem alumia os caminhos, que remove da noite o breu e que povoa o
firmamento de pontinhos brilhantes, estes nada são mais do que reflexos de sua
boa alma.
Fonte: César Pereira - Jornalista
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