Vira e mexe, o tema referente às irregularidades na dinâmica e no crescimento muitas vezes desordenados do litoral brasileiro é recorrente.
Queiram ou não, a verdade é que toda a costa marítima brasileira, e Santa Catarina não é diferente, onde hoje estão localizados os grande balneários e praias que habitam milhares de pessoas que buscam desfrutar da tranqüilidade e do bem-estar que estes ambientes proporcionam, se desenvolveram e cresceram sem o amparo de um projeto estruturante direcionado a sustentabilidade ambiental.
Também é verdade que não devemos crucificar os desbravadores destas regiões, que hoje se tornaram referencia internacional como grandes pólos turísticos e de agregação de trabalho e renda, responsabilizando-os única e inteiramente pela situação de degradação que muitos balneários se encontram. Isso porque, na época em que inicio-se o processo de urbanização destes territórios, as normas, os regulamentos, as necessidades humanas e o conhecimento técnico/cientifico eram bem diferentes dos atuais. Além disso, também é bom lembrar que o poder publico, tem uma parcela expressiva de responsabilidade nas fontes de conflitos atualmente geradas pelas inconformidades ambientais existentes, em conseqüência da omissão nos processos regulatórios e fiscalizatórios de sua responsabilidade.
Porém, se ficarmos pura e simplesmente discutindo ou filosofando sobre os problemas existentes, tentando encontrar os culpados, com certeza não avançaremos na busca de soluções para continuar explorando os balneários e as praias com responsabilidade e com um mínimo de impacto ambiental.
É necessário que o poder público desenvolva uma política de educação ambiental junto a sociedade de forma a elevar o grau de conscientização dos cidadões, dos tomadores de decisões e dos formadores de opiniões, para a necessidade premente de proteger os territórios e ambientes costeiros, além de incentivar ações que levem a resolução dos problemas existentes.
O cenário atual poderá mudar com a ajuda de todos, basta que cada um de nós faça a sua parte, afinal todos gostaríamos de poder aproveitar uma praia que esteja harmoniosamente inserida no contexto ambiente como um todo. O desafio começa pela realização das coisas mais simples como arborizar a praia plantando mudas de arvores nativas em ruas, praças, parques, bosques, etc., cuidar do lixo dando um destino adequado aos diferentes resíduos, edificar os terrenos conforme estabelece as normas e a orientação dos plano diretores dos balneários, etc.
O ambiente marinho que é composto pelo mar, pela praia e seu entorno é um dos patrimônios mais belos que a natureza nos proporciona. Entender a dinâmica e a complexidade deste cenário são fundamentais para a sua preservação.
Osmar Volpato
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